Patologias tratadas
O acretismo placentário é uma condição caracterizada pela invasão anormal do tecido placentário nas camadas do útero, dificultando sua separação natural após o parto. Isso ocorre quando a placenta penetra além da camada interna do útero, conhecida como decídua, comprometendo o processo de desprendimento. Dependendo da profundidade da invasão, o acretismo é classificado em diferentes graus. Na placenta acreta, a aderência ocorre de forma profunda na decídua, sem invadir a musculatura uterina. Já na placenta increta, o tecido placentário atinge o miométrio, a camada muscular do útero. Nos casos mais graves, a placenta percreta, a invasão ultrapassa o miométrio, alcançando a camada externa do útero e, em situações críticas, órgãos adjacentes, como a bexiga ou o intestino.
Essa condição está frequentemente associada à placenta prévia e a cesáreas anteriores. Quanto maior o número de cesáreas realizadas, maior o risco de desenvolvimento do acretismo placentário. A incidência dessa condição tem aumentado significativamente nas últimas décadas, acompanhando o crescimento das taxas de cesarianas.
Embora o acretismo placentário geralmente não afete diretamente o desenvolvimento do bebê, ele pode causar complicações maternas sérias, como hemorragias graves durante o parto. Em casos severos, a condição pode exigir uma histerectomia, ou seja, a remoção do útero, como medida para controlar o sangramento e preservar a saúde da mãe.

Cuidados Necessários
Realize os exames recomendados: Caso tenha recebido o diagnóstico de acretismo placentário, é importante seguir as orientações médicas para realizar ultrassonografias e, se necessário, ressonância magnética. Esses exames são fundamentais para monitorar a evolução da condição.
Evite esforços físicos: Durante a gestação, procure evitar atividades que exijam muito esforço, como carregar peso ou realizar exercícios intensos. Essa precaução ajuda a prevenir complicações, como hemorragias ou parto prematuro.
Compareça a todas as consultas pré-natais: O acompanhamento regular no pré-natal de alto risco é essencial. Nesses encontros, o médico irá monitorar sua saúde e a do bebê, ajustando o plano de cuidado conforme necessário.
Planeje o parto com antecedência: Em casos de acretismo placentário, o parto deve ser programado em um hospital com infraestrutura completa, incluindo Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e banco de sangue disponível. Certifique-se de discutir todos os detalhes com seu médico.
Mantenha contato com sua equipe médica: Em qualquer dúvida, sintoma inesperado ou desconforto, entre em contato com sua equipe médica imediatamente. Essa comunicação constante é importante para garantir sua segurança e a do bebê.
Esteja preparada emocionalmente: Receber o diagnóstico de acretismo placentário pode ser desafiador, mas é possível ter uma gestação bem conduzida com o acompanhamento adequado. Confie na equipe médica e procure suporte emocional, se necessário, para lidar com as preocupações que possam surgir.
O parto em casos de acretismo placentário requer planejamento rigoroso para garantir a segurança da mãe e do bebê. Geralmente, a cesárea é indicada, com o parto programado entre 34 e 36 semanas, dependendo da gravidade da invasão e da presença de complicações, como sangramentos.
Nos casos graves, onde a invasão atinge órgãos adjacentes, a equipe obstétrica pode optar pela realização de histerectomia puerperal para controlar o sangramento e preservar a saúde materna. Esse procedimento é planejado de forma a minimizar os riscos, e a presença de uma equipe multidisciplinar, incluindo especialistas em medicina materno-fetal, é fundamental.
O acompanhamento técnico e humanizado durante toda a gestação e o planejamento detalhado do parto permitem reduzir significativamente os riscos associados ao acretismo placentário. Se você recebeu esse diagnóstico, agende uma consulta para discutirmos as melhores estratégias de cuidado e assegurar uma gestação e parto seguros para você e seu bebê.