Patologias tratadas
Abortos de repetição referem-se a perdas gestacionais consecutivas, geralmente definidas como duas ou mais interrupções espontâneas de gravidez antes da 20ª semana de gestação ou quando o feto pesa menos de 500 gramas. Essa condição afeta cerca de 1% a 2% das gestações e é uma experiência emocionalmente desafiadora para os casais que desejam ampliar suas famílias.
As causas de abortos de repetição podem ser diversas e, em cerca de 40% dos casos, permanecem inexplicadas. Entre os fatores conhecidos, destacam-se:
Alterações genéticas: Anomalias cromossômicas, tanto nos embriões quanto nos gametas, são uma das principais causas.
Distúrbios hormonais: Condições como diabetes não controlado, hiperprolactinemia, hipotireoidismo ou insuficiência do corpo lúteo, que resulta em níveis insuficientes de progesterona, podem impactar a viabilidade da gestação.
Fatores estruturais: Malformações uterinas, útero septado ou a presença de cicatrizes intrauterinas devido a procedimentos como curetagem.
Fatores imunológicos e trombofilias: Desordens no sistema imunológico ou alterações na coagulação sanguínea que comprometem a circulação placentária.
Idade materna avançada: O risco de anomalias cromossômicas aumenta com a idade, elevando também a probabilidade de abortos espontâneos.

Cuidados Necessários
- Avaliações detalhadas: Exames genéticos para avaliar anomalias cromossômicas em ambos os parceiros, bem como testes de trombofilias e avaliações hormonais, como níveis de prolactina e função tireoidiana.
- Monitoramento uterino: Ultrassonografias para avaliar a anatomia uterina e identificar possíveis alterações estruturais.
- Tratamento específico: Terapias direcionadas, como anticoagulantes para trombofilias, suplementação de progesterona em casos de insuficiência do corpo lúteo ou correções cirúrgicas para malformações uterinas.
- Planejamento reprodutivo: Em casos de alterações genéticas, a Fertilização in Vitro (FIV) pode ser utilizada com teste genético pré-implantacional para selecionar embriões saudáveis.
Embora o aborto de repetição seja desafiador, a possibilidade de uma gestação bem-sucedida é real, desde que a causa seja identificada e tratada adequadamente. O acompanhamento obstétrico contínuo durante a gravidez é indispensável para monitorar o desenvolvimento do bebê e ajustar intervenções quando necessário.
O parto e a saúde do bebê não são diretamente impactados por perdas anteriores, mas procedimentos como curetagens repetidas podem aumentar os riscos de complicações, como inserção baixa da placenta ou dificuldade em futuras gestações. Por isso, cuidados preventivos e uma abordagem técnica são fundamentais para garantir a segurança materna e fetal.
Com suporte médico especializado e uma abordagem personalizada, muitos casais superam os desafios dos abortos de repetição, vivenciando o sonho da maternidade de maneira segura e positiva.